Capítulo Qualquer

Diário de bordo

Posted on: Setembro 30, 2010

Sabe aqueles dias frios em que você sente os ossos rangerem em uma agonia sem fim? Então, não faz frio, mas minha alma e meus ossos se agitam em uma aflição profunda que vem de algum lugar que eu gostaria de saber.  Uma amargura, um sentimento de não sei o que é domina todo o meu ser. Depressão? Medo? Tristeza? Amargura? Não sei dizer o que é, mas não é primeira vez que sinto.

É estranho que uma pessoa nova, digo com pouca idade, sentir sentimentos tão profundos, e em algumas vezes, desejar sumir do universo, seja de qualquer forma possível e imaginável.  Crianças sentem essas mesmas aflições de um adulto, acredite quem quiser. O medo de perder os pais, o medo do escuro, o medo das coisas inanimadas que na imaginação fértil de um infante pode tomar grandes proporções, o medo da vida. E ao crescermos, pensamos que tudo não passava coisas criadas por nossas mentes fantasiosas e pra lá de criativas.

Mas um dia, ao acordar, percebemos que tudo, tudo mesmo era a pura e horripilante realidade. A vida real. Nada de uma maquiagem chamada conto de fadas, que nos é contado na infância.  Não se pode comparar com um filme de terror, como um “A hora do pesadelo”, mas a realidade, em certas ocasiões se torna tão horripilante quanto.

E quando esse sentimento não passa? E você tenta enganar a todos, e até a si mesmo, tentando forjar uma pessoa, realidade, contexto inerente com a situação ou ao sentimento? São as famosas máscaras, mas não de falsidade, e sim de fuga, de saída, subterfúgio.  E dentre todas elas, as máscaras, você tem uma para cada ocasião, trabalho, faculdade, família, amigos, igreja. E na hora que você está sozinho em casa? De tantas faces, não se lembra mais qual é a sua verdadeira fisionomia. Você tira todas e quando chega realmente ao seu verdadeiro Eu, conhecido somente pelo o seu subconsciente e Deus, lembra de como é difícil se encarar diante o espelho. Depois do confronto com o Eu interior, você deita, e tenta dormir para esquecer que amanhã será mais um dia enfadonho em sua realidade paralela.

Mas o amanhã ainda é novo, e outro dia….

1 Response to "Diário de bordo"

Muito bom, Falvinha. Acho que todos passamos por isso. Inevitável e com certeza essas máscaras não são mesmo de falsidade. São mecanismos de defesa, como você colocou muito bem.

Mas acho que a resposta ao primeiro parágrafo do seu texto seria: insegurança. É o medo do desconhecido. O desconhecido no caso seria o futuro. Você não consegue se ver na sua própria casa com conforto, um dinheiro satisfatório entrando todo mês e não consegue ver com perfeição a figura do seu marido. Todo mundo passa por isso. Principalmente quando acaba a escola, a faculdade, a gente entra no mercado de trabalho e a ficha cai: “Agora é comigo! O que eu faço?”. Eu chamaria isso de “A bigorna da vida” e não uma simples ficha.

Então, não desanime, bola pra frente. Despoiste suas expectativas em Deus, pois deste modo viverá mais tranquila e terá mais frieza (uma boa frieza) na hora de escolher o caminho a se seguir e acaba percebendo com mais facilidade as portas que se abrem e tudo ocorrerá com mais naturalidade. Sempre através de lutas, claro. Mas a luta será muito bem assistida e auxiliada pelo Criador.

Abraço!

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