Capítulo Qualquer

O chão

Posted on: Fevereiro 17, 2011

Sempre escutei aquele ditado de que quem canta seus males espanta, mas no meu caso é o ato de escrever que me faz sentir melhor. Hoje percebi que as coisas mudam ao redor da gente, e que de uma maneira ou de outra, é tirado o chão no qual eu me sustento.

O baque é tão grande que me foi tirado o sono e a inspiração para escrever. Escrever, o meu consolo nas horas difíceis. As palavras saem mais facilmente da ponta dos meus dedos do que da ponta da minha língua. Mas vamos voltar à inquietação que me assola nesta noite.

Eu agüentei tanta coisa por tanto tempo. Finquei as minhas bases em algo que eu achei ser concreto, mas não passou de areia, onde nada em que é fincado dura para sempre. Mas foi nessa base que eu depositei as minhas esperanças e anseios que com o tempo, foram passando e eu me senti mais aliviada.

Mas não passava de um estúpido placebo que me fez crer que eu poderia sossegar. Quando eu menos esperei, o chão foi tirado de mim, sem nenhuma dó ou piedade. A aparência de um castelo rochoso que eu faço transparecer me pregou uma peça, e fez com que cada pedra caísse uma por uma, desmoronando tudo aquilo que eu havia construído.

Hoje me deparo com o mais profundo abismo ao meu redor, no qual não se tem pra onde correr. Até quando eu ficarei caindo nesse poço sem fim? Será que a reconstrução do chão vai demorar? Até lá eu continuarei caindo, até que eu pise no fundo ou de alguma forma eu volte a pisar em terra firme.

1 Response to "O chão"

Interessante esse “deixar transparecer”. É uma técnica/mecanismo de defesa muito usado por quaaase todos nós (pois acho todos uma palavra muito abrangente e tem maluco de todo jeito no mundo). Algumas pessoas usam para o mal e para ferir e outras – como creio ser o caso citado – para não dar sinais de lamento para outros, não gerar o sentimento de dó, e é claro: não “desperdiçar” nossos poucos momentos com amigos, ficando triste.
E numa hora de desilusão financeira, profissional, familiar, sentimental ou de qualquer outra natureza que eu me pego pensando: “Se eu não fosse Cristão, nesse momento eu não sabia o que eu fazia. Entraria em depressão, porque meu único papel no mundo é me dar bem na vida e não me sinto realizado.”
MAS, como Deus graciosamente me alcançou, por algum motivo que cada dia menos eu entendo (por estar sendo um cristão mixuruca), eu costumo me lembrar que não precisamos de ansiedade, pois se colocarmos nossas súplicas e petições diante dEle, Ele nos confortará e nos mostrará um caminho. E devemos tentar tirar um aprendizado com a situação em que passamos e ter em mente que se formor fiéis a Deus, a comida e as vestimentas não nos faltarão. Afinal, o próprio lírio do campo que nasce e alguns dias depois já morre, é mais bonito que qualuqer roupa e os próprios pássaros que tem uma vida efêmera, têm o sustento de Deus…imagina nós, seres humanos, que somos criaturas criadas à imagem e semelhança de Deus e o buscamos dia após dia (pelomenos assim deve ser). E você sabe que essas não são palavras minhas. E de tanto ouvir, talvez não surta efeito de mais em você. Talvez você até ache que eu estou sendo um “falador”, incondizente que quer se mostrar mais santo do que realmente é. Ok, normal…eu também estou pensando a mesma coisa de mim. Talvez seja por isso que eu prefira fazer citações do que dar opinião própria e conselhos meus, porque ao contrário de mim, são inerrantes e não têm prazo de validade. Por isso, te aconselho a levar para a vida toda.
A única dica que posso dar fora do “contexto evangélico” se é que posso colocar dessa maneira é algo que ouvi de um professor: andar ansioso só faz você fechar os olhos para novas oportunidades.
Não tenho certeza quanto ao problema que está enfrentando, porque preferiu não exclarecer tanto, e creio que mais desabafar mesmo. Mas sei que capacidade você tem muita. E garra também.
Com sinceridade e sem querer transparecer nada, confesso que tenho vergonha de colocar um comentário desse tamanho. Bobagem minha, provavelmente. Mas acho que vale a pena. 🙂

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